quarta-feira, agosto 29, 2007

Uma pesquisa descartável

Você, mãe, já segurou seu bebê no colo do lado direito? Ou seja, acomodou a criança do lado direito do seu corpo apoiando-o em seu braço direito? Se você respondeu "sim", você revela ser uma mãe estressada e em risco de depressão!

Calma, não me atire pedras nem pare de ler o texto ainda. Eu também acho um absurdo total esta afirmação. Mas foi esta a conclusão de uma pesquisa britânica divulgada nesta quinta-feira (29): O estudo mostrou que mães que seguravam os bebês com o braço direito demonstravam sinais de estresse e podiam estar sob risco maior de depressão, afirmou Nadja Reissland, psicóloga do desenvolvimento da Universidade Durham, que comandou a pesquisa.

A própria pesquisadora disse que não há explicação para o fato e que não há relação entre a mãe ser canhota ou destra. Ela simplesmente pediu para que 79 mães pegassem seus recém-nascidos nos braços e respondessem um questionário sobre seu estado mental e, assim, chegou à belíssima conclusão.

Tive quatro filhos. Infelizmente o primeiro só viveu 19 dias e, a única vez que o peguei nos braços foi logo após a sua morte (portanto eu estava totalmente estressada e deprimida) e o peguei do lado esquerdo (contrariando o estudo). Os outros três filhos, que vão muito bem, obrigada, posso assegurar que já os carreguei de todas as maneiras possíveis. Até como se fossem "pães em sacos pardos" (embaixo do braço mesmo!), em situações como ter que tirar um que engatinhava perto do fogão enquanto o outro puxava a toalha da mesa do almoço.

Já vi muitas mães depressivas carregando seus bebês do lado direito (dizem que é instinto, por ser o lado do coração). Já vi muitas mães carinhosas carregando-os do lado direito, por serem canhotas ou simplesmente por se sentirem melhor.

Pesquisas nem sempre servem para alguma coisa. Esta, por exemplo, não acredito que "represente mais um sinal para ajudar a identificar mães estressadas sob risco de depressão" , como afirma a psicóloga. Portanto, mães, peguem seus bebês como quiserem, de acordo com a necessidade do momento. Isso não quer dizer que você esteja prestes a ter um ataque de nervos!

Mas, se você estiver na dúvida, consulte o seu psiquiatra...!

sexta-feira, agosto 10, 2007

O Código Madeleine


Hoje, dia 10 de agosto, completa 100 dias do desaparecimento da menina britânica Madeleine. Maddie, como já é chamada, pode estar em qualquer lugar ou lugar algum. Pode estar nas mãos de um monstro pedófilo ou morta e enterrada. A verdade é que, depois de 100 dias de investigação (e muitas especulações) a polícia não tem idéia de onde esteja a pequena Maddie.

Não consigo imaginar o que sentem os pais desta menina que nem puderam comemorar quando ela completou 4 anos porque, no dia do seu aniversário, Maddie já estava desaparecida. Foi levada do quarto onde dormia ao lado do irmão de 2 anos num hotel em Portugal.

Infelizmente os pais de Maddie se somam a outros milhares de pais que, de uma hora para a outra, são obrigados a lidar com uma cama vazia, um rombo em seus corações, uma tristeza incomparável, uma esperança que nunca se vai tornando seus dias de pura aflição. Só no Brasil são 40 mil crianças e adolescentes que desaparecem todos os anos. O pior é que a maioria foge de casa por maus tratos! Cerca de 10% a 15% nunca são encontrados.

Para os pais de Priscila Belfort, desaparecida desde o dia 9 de janeiro de 2004, a angustia pode estar chegando ao fim. Tudo indica que a estudante de 29 anos foi assassinada a tiros em um sítio na região Metropolitana do Rio de Janeiro em acerto de contas com traficantes.

Por pior que seja a conclusão do caso (se a versão for verdadeira) pelo menos a família Belfort poderá colocar um fim aos anos de agonia. Já os pais de Madeleine, e tantos outros milhares pelo mundo, continuarão a esperar que seus filhos voltem para casa. Sãos e salvos.

O desespero do casal McCann, pais de Maddie, levou a família a redigir um manual de segurança para que casos como este tornem-se mais raros. Os seis pontos do Código Madeleine são:

1- Fornecer imediatamente uma fotografia da criança à gerência do hotel (loja, parque ou restaurante) em que a criança estava antes do desaparecimento, juntamente com uma descrição detalhada de seu aspecto físico. A gerência deve dar apoio imediato à busca inicial e apoiar os pais no contato com a polícia local.

2 - Espalhar a informação do desaparecimento, implementando o processo de circulação da fotografia e da descrição da criança num âmbito mais amplo do local do sumiço.

3 - Funcionários do hotel e de empresas parceiras devem ajudar a fazer uma busca imediata na região do desaparecimento, além de monitorar todas as entradas e saídas do local.

4 - A busca inicial deve levar até dez minutos antes de os pais acionarem a polícia, com apoio da gerência do hotel.

5 - O suposto local do crime, de onde a criança foi levada, deve ser isolado e ficar livre de contaminação até a chegada da polícia.

6 - Se a criança for encontrada acompanhada por alguém que não seja um dos pais ou o responsável legal por ela, esta pessoa deve ser mantida no local até a chegada da polícia, a não ser que isso ponha a segurança das pessoas em risco.